sábado, 7 de outubro de 2017

Sobre mudanças

Tudo no mundo é exatamente do jeito que você acha que é. Exceto quando não é.

Você é do tipo de pessoa que costuma se questionar sobre suas próprias convicções? Faça um exercício... Tente encontrar uma crença sua que você acha que talvez não esteja certo sobre. Que não simplesmente esteja em dúvida, mas esteja errado. É possível? Que crença é essa?

Na minha vida, eu sempre segui um script. O caminho mais seguro. Até que esse caminho me levou a uma situação de infelicidade. Hoje em dia, eu percebo uma coisa. Mudanças não são opcionais. Tudo que muda, muda obrigatoriamente porque é necessário mudar. As pessoas que tomam riscos, que abrem mão de segurança para buscar algo a mais... Se você perguntar para elas, elas vão dizer que foi por opção delas e que elas conquistaram o que conquistaram por vontade própria. Mas, na verdade, o fazem porque não conseguem ser de outro jeito. É da natureza delas. É a natureza das coisas.

Steve Jobs foi quem foi porque era pra ser assim. Se tivessem pedido para ele: "Steve, não seja quem você é. Seja outra pessoa.", acredito que não funcionaria. Exceto se ele fosse obrigado por alguma circunstância. Steve Jobs só poderia ter sido Steve Jobs. Apenas se a história fosse diferente, Steve seria diferente. Seria como poderia ser, dado um outro contexto.

Todo mundo que muda alguma coisa, muda porque sente vontade ou necessidade, e vontade e necessidade não podem ser controladas, simplesmente surgem sem que tenhamos controle. Percebo também que as maiores mudanças, as mudanças mais profundas, geralmente advém das situações mais agudas, das condições mais extremas. Para alguém que está no poço do desespero só há duas saídas, o fim ou a renovação, a luta. Pessoas e animais que estão acuados, pressionados, intimidados, tendem a tomar atitudes mais radicais. As situações causam as mudanças.

Claro, nem sempre mudanças são tão bruscas assim. Porém, olhando para trás, vejo que as principais mudanças que ocorreram na minha vida foram devido a momentos em que houve uma ruptura no contexto geral. Mais ainda, essas rupturas às vezes surgem de eventos aparentemente pequenos, mas que servem como gatilhos e crescem em um efeito dominó.

Para concluir, quem é que muda? Só muda quem pode mudar. Só muda quem tem liberdade e possibilidade de mudar. Uma vez que haja a liberdade e a vontade ou a necessidade, não há caminho de volta. A mudança se torna inevitável.

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