domingo, 10 de agosto de 2014

Teste humano

Há um vídeo do TED que achei interessante chamado "teste humano". Nele, o palestrante Ze Frank faz uma série de perguntas para verificar se você é humano. Segue o link abaixo:

http://www.ted.com/talks/ze_frank_are_you_human/

Minhas partes favoritas, em tradução livre, são:
- Alguma vez você já fez um barulhinho esquisito quando lembrou de alguma coisa constrangedora?
- Alguma vez você já riu ou sorriu quando alguém falou alguma merda para você e passou o resto do dia refletindo porque reagiu dessa maneira?
- Alguma vez você já pareceu perder a passagem do avião mil vezes enquanto andava do balcão de check-in ao portão de embarque?
- Alguma vez você já desejou que houvesse alguma habilidade que você ainda não descobriu em que você fosse naturalmente excepcional?
- Alguma vez você já se maravilhou em como alguém que você achou que era tão ordinário poderia subitamente se tornar tão belo?
- Alguma vez você já encarou seu telefone sorrindo que nem idiota enquanto trocava mensagens com alguém? Alguma vez você já enviou subsequentemente uma mensagem para a pessoa com a frase "eu estou olhando para o celular sorrindo que nem idiota"?
- Alguma vez você já perdeu a habilidade de imaginar um futuro sem uma pessoa que não estava mais em sua vida? Alguma vez você já olhou para trás nesse evento com um sorriso triste de outono e com a percepção de que o futuro acontece independentemente?

Para complementar, tentei imaginar mais algumas situações que pretendo continuar escrevendo à medida em que tiver algo em mente:
- Alguma vez você já se sentiu sozinho à noite, com vontade de conversar e sem ter ninguém com quem falar?
- Alguma vez você já tirou roupa do varal ou da máquina e lembrou da mãe por causa do cheiro bom do amaciante?
- Alguma vez você já se pegou decidindo entre dois filmes ou entre duas outras coisas quaisquer e acabou não escolhendo nenhum com medo de escolher o pior e perder tempo ou dinheiro?
- Alguma vez você já sentiu pena de alguma pessoa que passa por uma situação ruim, mas ao mesmo tempo ficou feliz por não estar no lugar dela?
- Alguma vez você já ficou triste sem motivo aparente?
- Alguma vez você já se apaixonou por alguém sem saber se seria correspondido, chegando a imaginar futuros que não se concretizaram?
- Alguma vez você já se sentiu fazendo a coisa errada pelos motivos certos?
- Alguma vez você já se pegou com mania de tocar alguma parte do próprio corpo e percebeu que não tem o mínimo controle sobre isso?
- Alguma vez você já desejou estar em outro lugar enquanto alguém falava com você e acabou ignorando a pessoa completamente?
- Alguma vez você já dormiu ou preferiu ficar dormindo quando tinha algum compromisso ou tarefa e depois se sentiu culpado?
- Alguma vez você já se viu em uma situação embaraçada e ficou imaginando o que outra pessoa faria se estivesse no seu lugar?
-  Alguma vez você já se sentiu carente de conversar certas coisas, mas acabou ficando na sua por não ter ninguém adequado pra falar?

Relacionamentos de longa duração

Se eu pudesse me atribuir um título, eu diria que sou o poeta ou escritor do óbvio. De qualquer forma, queria deixar registrado aqui que relacionamentos longos são testes de paciência e complacência/aceitação.

Testes de paciência porque muitas vezes as coisas não são da forma como você gostaria. É engraçado porque a vida em si já deveria ser um teste de paciência. Porém, quando se está na companhia de uma pessoa há algum tempo, certas coisas passam a incomodar.

Testes de aceitação porque aquilo que não se pode mudar, aceita-se. Se não há essa aceitação, o relacionamento não se sustenta de maneira saudável.

Há uma página no Facebook chamada "Humans of New York" na qual o autor posta fotos de pessoas junto com circunstância em que a foto foi tirada ou com alguma passagem de uma conversa tida com a pessoa da foto. Procuro acompanhar a página e algumas histórias me chamam a atenção, como esta:

https://www.facebook.com/humansofnewyork/photos/a.102107073196735.4429.102099916530784/683274078413362/?type=1&permPage=1 

“You change what you can: you stop wearing baggy pants, you quit picking your nose in public, things like that. But when you’re done changing all the things you can change, and you’re left with the things you can’t change, and they still want you to change, then you start to know in your heart that it’s not going to work. The divorce was scary and confusing and emotional, especially because there were kids involved. But in the end, there was a peace. There was finally a truce of sorts.”

"Você muda o que você pode: você pára de usar calças largas, pára de cutucar o nariz em público, coisas como isso. Mas quando você terminou de mudar tudo o que você pode e sobram apenas as coisas que você não consegue mudar e eles ainda querem que você mude, então você começa a saber no seu coração que não vai dar certo. O divórcio foi assustador e confuso e emocional, especialmente porque havia crianças envolvidas. Mas, no fim, houve paz. Houve finalmente uma trégua das partes."

Para finalizar, uma outra história parecida:

https://www.facebook.com/humansofnewyork/photos/a.102107073196735.4429.102099916530784/710702652337171/?type=1&permPage=1

"We're getting divorced because we love each other, and we both realize that we don't have enough of what the other needs. When we decided to get divorced, I wrote a note with all the things I loved about her, and gave it to her. She got very emotional and started crying. Then three days later, she wrote me a similar note. But here's the thing--- she wrote it on the back of a recycled piece of paper. She wrote it on the back of an advertisement or something. So I called her out on it. And she said: 'I knew you were going to bring that up. If you cared, you wouldn't mind what it was written on.' And I said: 'Well, if you cared, you'd have gotten a fresh piece of paper.'"

"Nós estamos nos divorciando porque nos amamos, e nós dois percebemos que não temos o suficiente do que o outro precisa. Quando decidimos pelo divórcio, eu escrevi uma nota com todas as coisas que amava nela e a entreguei. Ela ficou bem emocionada e começou a chorar. Então, três dias depois, ela escreveu uma nota similar para mim. Mas aqui está o detalhe - ela escreveu no verso de um pedaço de papel reciclado. Ela escreveu no verso de uma propaganda ou algo do tipo. Então eu chamei sua atenção sobre isso. E ela disse: 'Eu sabia que você ía comentar sobre isso. Se você se importasse, não teria reparado onde estava escrito.' E eu disse: 'Bem, se você se importasse, teria pegado um pedaço de papel novo.'"

O curioso é que, no fundo, o problema de verdade não é o papel. Gostei de um dos comentários na foto: "O ponto é que as cartas ressaltam suas diferenças. Ele precisa achar alguém que escreva em papel novo para ele e ela precisa achar alguém que não repare no papel. Nada de errado com nenhum dos dois. O amor é um sentimento diferente para cada um."

Observe, Pense, Aja e Reaja

(Post original de 2010 que eu recuperei e editei. Queria lembrar o porquê da revolta na época...)

Fuja do óbvio. Seja autêntico. Faça o que gosta e o que tem vontade. Tenha bom gosto. Faça as coisas certas. Seja uma pessoa legal. Liberte-se. Corra atrás da felicidade. Seja paciente. Não se deixe ser passado para trás. Lute. Ofereça a outra face. Obedeça às regras. Tenha disciplina. Seja competente. Blá blá blá.

Às vezes é cansativo viver entre pessoas. Cada um tem uma concepção de vida e tem uma opinião de como deve ser o mundo.

Claro, simplesmente não dá pra atender às expectativas de todos, mas também não podemos ser egocêntricos e esquecer que vivemos em sociedade, fazer o que quisermos e tacar um foda-se bem grande para tudo.

A verdade é que estamos em uma prisão sutil e silenciosa e, como disse Sartre, "o inferno são os outros".

Por vezes dá vontade de fazer alguma loucura e jogar tudo pro ar.
Qual é a solução? Encher a mente de coisas para esquecer das faces desagradáveis da realidade? Tomar um veneno e dormir pra sempre? Ou talvez se rebelar contra tudo e contra todos?

"Cansei de ser eu mesmo por hoje. Amanhã serei alguém diferente."