sábado, 28 de outubro de 2017

BoJack Horseman, quem somos e o que nos satisfaz

Terminei a 4a temporada de BoJack Horseman.

Depois da 1a temporada, acho que a história começa a seguir uma evolução natural. E a questão principal de BoJack começa a se concentrar em um ponto: da responsabilidade que temos sobre aquilo que somos. BoJack continua decepcionando as pessoas e fazendo merda. Ele usa a história e a criação ruim que teve pra justificar quem ele é. A reflexão que BoJack propõe é: até que ponto somos frutos do meio e até que ponto temos a liberdade de sermos o que queremos? Aos poucos é possível ver que BoJack quer realmente mudar e que ele está mudando. Ele quer quebrar o ciclo ao qual se vê preso. Acho que a lição final do desenho é que, não importa se você teve uma vida de merda, você pode ser uma pessoa melhor.

Fora isso, a série tem muitas outras questões menores e se mantém pela riqueza das interações humanas entre os personagens. Uma das outras questões é sobre encontrar satisfação na vida. Cada personagem procura alguma coisa que lhe traga satisfação, pra preencher o vazio em que se encontra. No caso de BoJack, ele tenta, mas não consegue, porque não vê propósito em nada. E, por mais que os outros personagens pareçam diferentes, eles possuem um ponto em comum. Estão sempre insatisfeitos com alguma coisa e os momentos de felicidade que acontecem em suas vidas acabam sendo efêmeros. Todos estão sempre procurando algo. Ninguém consegue ser feliz com o que tem. Acho que isso, no fundo, é uma verdade da vida....

Também queria fazer um comentário sobre as intrincadas interações humanas. BoJack, apesar de odiar sua mãe, no último instante, apresenta um momento de compaixão. É uma colocação sutil que, para quem não tem sensibilidade, passa despercebida. Mas, por essas e outras situações na série, é possível ver que há beleza naquilo que é simples, como um sentimento. E que a simplicidade e a complexidade muitas vezes flertam e interagem de maneira confusa, resultando em situações que não são muito claras.

Por fim, queria poder falar que o amor sempre vence no final, mas isto seria mentira.

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