quinta-feira, 28 de abril de 2016

I wonder... What am I doing? What has changed?

Hoje senti como se estivesse meio perdido na vida. Não foi a primeira vez, nem vai ser a última. Tampouco sou o único a me sentir assim. Vários já relataram e interpretaram esse sentimento. Contudo, acredito que a sabedoria de vida ensina que nem tudo que há e que acontece necessita ter um propósito como imaginamos. Aprender a lidar com esse sentimento significa tornar-se mais sábio. Não só lidar, mas aceitar e até gostar. Porque, se por um lado, estamos perdidos, quer dizer também que estamos livres para deliberar sobre nossos caminhos e nossas escolhas.

"Quem manda em mim, quem me amarra, quem me controla também me seduz. Quem me dá liberdade me joga num vazio difícil de ser preenchido."

Esse vazio chamado liberdade... Muitas vezes optamos por nos prender a algo, numa espécie de servidão voluntária, para não sentirmos o vazio existencial e a angústia de tomarmos decisões que implicam, necessariamente, em perdas. Inclusive fazemos isso quando assumimos para nós uma certa identidade. Buscamos essa segurança e colocamos a culpa no "eu" como se falássemos de outra pessoa, pela qual não temos responsabilidade. "Não tenho culpa se sou impulsivo, se sou nervoso, se sou irritado."

Ultimamente, tenho me observado mais e aprendido a lidar melhor com meus sentimentos e pensamentos. O mundo me alegra e me entristece sem que eu tenha controle sobre isso. Mas, no fundo, o que mudou de verdade? Quase nada... Apenas uma súbita realização da minha própria ignorância, à medida em que tomo conhecimento e interajo com as coisas que me cercam.

E, por fim, tenho conseguido me alegrar, mesmo com a minha própria tristeza, justamente por ser uma tristeza auto-consciente, a qual eu aceito, vejo como parte da minha existência, e de mim mesmo. Alegro-me também por saber que a tristeza, por pior que seja, assim como a vida, é passageira.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Amor fati

“I am the happiest man alive. I have that in me that can convert poverty to riches, adversity to prosperity, and I am more invulnerable than Archilles; Fortune hath not one place to hit me.”
― Thomas Browne

Minha armadura é de ferro
E meu coração é de pedra
Resiliência ou desapego?
De qualquer forma, o acaso não tem um só lugar para me atingir
O vazio existencial, o tédio e a angústia não me incomodam e nem me entristecem
Sou apenas aquilo que posso ser
O mundo é apenas aquilo que pode ser
Amor fati
Shitaka ga nai

“Não importa o que a vida fez de você, mas o que você faz com o que a vida fez de você.”
― Jean Paul Sartre

terça-feira, 5 de abril de 2016

Quis sum ego?

Não sou X ou Y
Não sou verde ou azul

Olho no espelho e não me vejo
Não me vejo porque não estou lá
Só há o outro, projeção do meu ser e dos outros
Sombra e ilusão

Não me reconheço no mundo, me distancio
Alheio aos prazeres, dores e sabores

Quis sum ego?