quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Engenharia e Jogo da Vida

Isso é uma coisa que eu digo pra muita gente, mas resolvi postar aqui.
Se meu filho chegasse pra mim e falasse:
- Pai, quero fazer engenharia.
Eu responderia:
- O CA-RA-LHO, mlk! Se quiser apanhar de pau, me fala que te dou umas pauladas, mas não me venha dizer que quer fazer engenharia!

Bom, claro que não seria exatamente isso, mas com certeza ía rolar uma boa conversa, porque, pqp, engenharia é um curso ferrado.
Acho que seria um pouco diferente de como foi comigo e meu pai. Meu pai é engenheiro eletricista e tem o maior orgulho. Vivia falando o quanto engenheiros são fodas e cabulosos.
Daí cheguei um belo dia pra ele e disse:
- Pai, eu curto psicologia, to afim de escolher isso no vestibular...
Ele:
- Raaaapaz, isso não serve pra nada, escolhe um curso que preste...
Pra quem não leu as entrelinhas, estava escrito: "Faça engenharia".

Só o que ele não falou é o quanto o cara tem que ralar na faculdade e no trabalho, sempre pressionado e nem ganhando tão bem assim. (Tá certo que nunca trabalhei no ramo, mas é assim que imagino, visto que os professores sempre falam: "É, vocês acham que aqui é difícil, esperem quando começarem a trabalhar".)
Só vocês verem, qual a imagem clássica de engenheiro que vocês têm?
Pois é, não costumo ver engenheiros amigos do meu pai sarados, sem hipertensão, problemas cardíacos ou qualquer outro problema de saúde.

Mas enfim, deixei pra escolher o curso no dia da inscrição. Tava eu lá, de frente pra tela do computador: "E agora, como fas/"
Primeiramente, decidi que faria engenharia. Legal, mas qual? Desci a tela pra ver a lista. Tinha lá:
- ENGENHARIA CIVIL
- ENGENHARIA DE REDES DE COMUNICAÇÃO
- ENGENHARIA ELÉTRICA
- ENGENHARIA FLORESTAL
- ENGENHARIA MECÂNICA
- ENGENHARIA MECATRÔNICA
E minha primeira reação foi: "Porra... Engenharia Mecatrônica... Essa tem um nome foda. Deve ser maneiro."
Marquei lá sem nem saber o que cada opção significava direito. Agora taí uma das maiores sacanagens que fazem com os jovens de 17 anos. Chegam pra você, um moleque ou moleca que sabe quase nada da vida ainda, e falam: "Olha, escolhe aí o que você quer fazer pro resto da sua vida ou pelo menos grande parte dela. Mas sem pressão, tá?"
Me lembrou o Jogo da Vida, no qual você roda uma roleta e então decide sua profissão.

"Opa, advogado, me dei bem!"

O problema é que você só sabe se foi bem sucedido ou não na sua escolha depois de um precioso tempo que não volta mais. E o pior, diferente do Jogo da Vida, você não perde só aquele dinheiro de papel. Existe uma possibilidade de que você faça uma cagada que dure pro resto da vida e, no final, você também não pode vender seus filhos (aliás, você até pode, mas não deveria). Pelo contrário, você gasta dinheiro com eles.

Aprofundando ainda mais minha observação, descobri que o Jogo da Vida é bem realístico sob certo ponto de vista. Não é a toa que tem esse nome. Por exemplo, as cagadas sempre acontecem quando você menos espera. O que é engraçado, no jogo.
O segundo ponto notável é que os jogadores estão o tempo todo tentando passar a perna nos outros de formas lícitas e alguns de formas ilícitas também. Durante o jogo todo você é bombardeado por cartõezinhos que te fazem dividir seus lucros ou que fazem você ter de arcar a infelicidade dos outros.
E, no final, só uma pessoa sai vitoriosa e bem-sucedida, enquanto o restante fica na merda.
Enfim, bem instrutivo esse jogo...

3 comentários:

Anônimo disse...

eh msm.. e agora, como faS?
¬¬
;X
athituthtiuathiatuahtiu

Luan Freitas disse...

O consolo é que engenheiro se lasca tanto que depois ele ser o que quiser

Anônimo disse...

Acredite, nunca joguei jogo da vida na vida (huahahahaha), a única coisa que sabia sobre ele é que é o que ganham quando alguém pede ps2 no bom dia e companhia.