Acabei de acordar. Ainda estou com sono e vou dormir de novo, eu acho. Mas estou aqui pra postar essa história porque tive um sonho, daqueles perturbadores, com o tipo de história que só o subconsciente da gente consegue criar. A história segue abaixo.
Era uma família que vivia uma vida muito boa e tranquila. Tinha o pai, o qual tinha um bom emprego e, nos tempos livres, trabalhava no orfanato que fundou. A mulher era uma dona de casa primorosa, esposa e mãe carinhosa. E o filho era um moleque comum, mas muito inteligente e feliz. Cresceu junto com os garotos do orfanato, que eram como irmãos para dele.
Porém, com o passar do tempo, o menino começa a perceber certas coisas. De vez em quando, ele sofre alguns lampejos nos quais ele consegue ver os pensamentos do próprio pai. O pai percebe que o filho está cada vez mais entrando em sua mente e começa a revelar seu lado vil e perverso. Ele mata a própria esposa e começa a matar as crianças do orfanato uma a uma, na frente do garoto, mostrando uma personalidade infantil e sombria, que não consegue admitir uma "derrota".
Chegando finalmente ao banheiro e prestes a matar o próprio filho, o pai olha nos olhos da criança. E então a criança o fala a verdade que os dois sabiam de certa forma, mas que nenhum dos dois queria admitir.
O filho, a esposa, o orfanato, toda aquela realidade não passava de uma fantasia criada pelo pai em resposta a uma culpa muito grande que ele sentia devido à morte de uma criança em uma circunstância que não ficou clara no sonho.
O pai, percebendo o que acaba de ouvir, tem um surto de insanidade no qual começa a gargalhar como louco. E chorando, ele abraça o filho, aceitando finalmente sua própria culpa.
Tudo se fecha na escuridão.
O menino acorda numa cama, ao lado de uma mulher meio idosa. Tinha adormecido enquanto via televisão. Ele levanta e chama sua avó e seu avô para saírem. Pega a bicicleta e vão para um parque. Ao sentarem na grama para descansarem, o menino pede para que contem sobre pai. O pai tinha morrido logo quando ele nasceu. Suicidou-se.
Aquela era uma outra realidade deixada pelo pai para o filho, como um último ato de redenção, na qual ele se mata enquanto é jovem para evitar que traga sofrimento a si mesmo e ao garoto, e permite que o menino viva uma vida verdadeiramente feliz, criado pelos avós.
O pai e o filho eram faces de uma mesma pessoa que trava uma batalha mental contra si mesma. Porém, ao criar uma segunda realidade, o pai consegue desassociar as duas imagens e dá uma nova oportunidade ao filho de ser feliz, se tornando pai e filho verdadeiramente.
O fato de o pai matar todos reflete sua imaturidade em relação à culpa que sente, demonstrando sua incapacidade de aceitar que a realidade não passa de fantasia. Ele se revolta e tenta destruir tudo, sem querer deixar espaço para que o filho diga a verdade que o machucaria e significaria sua "derrota".
Isso é irônico pois demonstra um filho mais maduro e inteligente que o pai na história. Um filho que se mostra mais racional enquanto o pai é guiado pelos seus sentimentos e medos. Fato que, de certa forma, me diz que a criança, na sua inocência, tem uma capacidade maior de encarar certas coisas que o adulto, cheio de medos e preconceitos, não consegue.
No sonho, eu me vejo no papel do pai em algumas horas e de filho em outras. Eu sou o filho no início do sonho, mas quando o pai mata todos e chega para matar o menino no banheiro, eu sou o pai que olha em seus olhos e escuta o que ele fala. Na segunda realidade, eu me vejo no papel de filho novamente.
Não é o primeiro sonho que eu tenho com esse nível de realidade e profundidade. De vez em quando acontece. Em uma das vezes, eu achei a história tão interessante que evitei escrevê-la aqui porque ainda pretendo fazê-lo algum dia de forma decente, para publicação. Mas ainda preciso desenvolvê-la melhor.
Não sei o que esses sonhos significam, acho que ía ser legal se um psicanalista pudesse me dizer. Só sei que quando os tenho acordo assustado devido à realidade e intensidade deles. É raro acontecer, mas vou procurar postar aqui os próximos que vierem, sempre que tiver um sonho desses.
domingo, 7 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
nossa sra.. parece filme Oo
axo bacana escrever sonhos... eu tinha um caderno onde eu anotava os meus... mas ta encostado de lado agora... faz uns 5/6 anos q nao escrevo nada nele...
hum... axo q seria bom aparecer algum analista poraki sim rs... tem alguma msg ai sem sombra de duvidas...
bjos
Só lembrando que a explicação psicanalítica não é científica. Talvez vc mesmo possa desenvolver uma explicação tão confiável quanto.
Foda.
Você sabe que eu curto essas coisas... :D
Conta sobre o outro depois que se eu tiver saco posto alguns meus qualquer dia (ou o que lembro ainda deles, lol).
Uuuuuuuuiii... heheheh
MEDO de ti!
:P
Brincadeiro meu caro amigo bloggeiro!
Às vezes esses sonhos nos vêm, e não sabemos nem a origem, nem para onde vai.. hehe
Mas imaginei isso como um roteiro de um filme.. olha, vai te dar bem!
p.s.: saudadessss desse blog!!!
;)
Postar um comentário