quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Culpabilidade

Finally, my guilt has lifted.

Normalmente, eu posto textos vagos e gerais, mas desta vez eu queria falar de algo mais pessoal.

No meu último namoro, eu estava insatisfeito e tomei a decisão de terminar. Antes, eu me achava um cara forte. Não importava o tamanho da tristeza, eu aguentaria. Terminei, passaram-se alguns dias, e vi que ainda gostava dela.

Comecei a ficar mal. Em alguns momentos, tive vontade de arrancar o coração pela boca. E descobri que não era tão forte assim. Eu também posso sangrar. E muito. Em alguns momentos, achei que não iria suportar.

Ela ficou bem magoada com o término. Não só com o término, mas com a forma que eu a tratei no final e com erros que cometi durante o namoro. E eu entendia o lado dela. Realmente me arrependi de certas coisas e pedi desculpas mil vezes. Me rebaixei, minha auto-imagem foi para o lixo.

Tentei me esforçar ao máximo para conseguir o perdão dela, extinguir as mágoas e seguir em frente, sem culpa. Porém, não estava conseguindo de maneira alguma.

De repente, algo ocorreu. Não vou entrar em detalhes, mas percebi algumas coisas. Por eu ter escolhido terminar e cometido erros no passado, senti que o peso de tudo que ocorreu caía sobre mim. Eu buscava desperadamente o perdão dela, mas não reparei que, no fundo, não era disso que eu precisava. O que eu precisava, mais do que tudo, era me perdoar. Só assim, eu conseguiria ficar com o coração leve e continuar minha vida. E foi isso o que ocorreu.

Muita gente diz que é impossível terminar um namoro bem com a outra pessoa. Das vezes que passei por isso, acho que não fui tão bem sucedido, apesar de tentar e me esforçar. Espero não haver uma outra oportunidade, mas eu ainda quero acreditar que, sim, é possível terminar bem.

É estranho como certas circunstâncias fazem com que fiquemos cegos. A imagem dela, para mim, continuou impecável após o término. Apesar de saber que as coisas não são assim, eu, no meu coração, não conseguia dividir o fardo dos acontecimentos com ela. Fiquei preso, acorrentado a essa ilusão e não conseguia ver o mundo de forma diferente.

As coisas mudaram agora. Ainda sinto uma dorzinha pelo que passou, mas não sinto mais culpa. Aprendi bastante com tudo e espero ter me tornado uma pessoa melhor. Em dado momento, achei que tinha chegado ao meu limite. Porém, é nessas horas que a gente mais cresce.

Aprender a me perdoar, mesmo achando que havia feito o mal, foi uma das coisas mais difíceis que fiz até hoje. Ainda que substituamos uma ilusão por outra, a "verdade" é relativa. Às vezes é uma questão de sobrevivência escolher aquilo no que acreditamos. No final das contas, acaba sendo uma "mentira" boa.

Agora já posso dormir tranquilo.

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