sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Espelhos sociais

Pessoas são como espelhos sociais. Da mesma forma que espelhos ajudam a nos enxergar, enxergar detalhes e características que normalmente não enxergamos, pessoas ajudam a nos ver pelos olhos de outros. É claro, pessoas tem bagagens culturais e emocionais que fazem com que esses "espelhos" distorçam um pouco a realidade, por isso é importante filtrar as críticas. No entanto, ninguém vive sozinho e ninguém poder ver diretamente o que pensamos, o que está na nossa cabeça. O que vale para o mundo é a maneira como nos relacionamos com as coisas.

Eu mesmo acho que falo muita besteira em várias ocasiões para as pessoas à minha volta. Algumas vezes, faço inclusive de propósito para ver as reações.

Por isso, é importante se cercar de pessoas sinceras e que queiram genuinamente o seu bem. Porque, se você tem o interesse de melhorar como pessoa e como ser humano, se as outras pessoas não te falam as opiniões verdadeiras delas, fica bem mais difícil. Noção às vezes é algo que se aprende, ninguém nasce sabendo de tudo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pensamentos avulsos

1.
Passei um Domingo meio depressivo. Vi aquele filme Réquiem para um sonho e fiquei impressionado. Na Segunda-feira fui à academia à noite e meu humor mudou totalmente. Cheguei eufórico em casa. "São as endorfinas", pensei. Pensei também que humor é complicado, pode tanto atrapalhar quanto ajudar a pessoa. E não é tão previsível e controlável quanto gostaríamos. Nesse ponto, somos um pouco reféns de nós mesmos.

2.
Uma pessoa que não tem muitos escrúpulos, que faz várias coisas erradas, mas que não procura esconder e sempre fala a verdade sobre isso pra você é confiável ou não?

3.
Imagino que quando se convive e se conversa com muitas pessoas diferentes de maneira um pouco mais aprofundada, cada uma com sua loucura, começamos a nos sentir meio loucos também por escolher convivermos com elas.

domingo, 10 de agosto de 2014

Teste humano

Há um vídeo do TED que achei interessante chamado "teste humano". Nele, o palestrante Ze Frank faz uma série de perguntas para verificar se você é humano. Segue o link abaixo:

http://www.ted.com/talks/ze_frank_are_you_human/

Minhas partes favoritas, em tradução livre, são:
- Alguma vez você já fez um barulhinho esquisito quando lembrou de alguma coisa constrangedora?
- Alguma vez você já riu ou sorriu quando alguém falou alguma merda para você e passou o resto do dia refletindo porque reagiu dessa maneira?
- Alguma vez você já pareceu perder a passagem do avião mil vezes enquanto andava do balcão de check-in ao portão de embarque?
- Alguma vez você já desejou que houvesse alguma habilidade que você ainda não descobriu em que você fosse naturalmente excepcional?
- Alguma vez você já se maravilhou em como alguém que você achou que era tão ordinário poderia subitamente se tornar tão belo?
- Alguma vez você já encarou seu telefone sorrindo que nem idiota enquanto trocava mensagens com alguém? Alguma vez você já enviou subsequentemente uma mensagem para a pessoa com a frase "eu estou olhando para o celular sorrindo que nem idiota"?
- Alguma vez você já perdeu a habilidade de imaginar um futuro sem uma pessoa que não estava mais em sua vida? Alguma vez você já olhou para trás nesse evento com um sorriso triste de outono e com a percepção de que o futuro acontece independentemente?

Para complementar, tentei imaginar mais algumas situações que pretendo continuar escrevendo à medida em que tiver algo em mente:
- Alguma vez você já se sentiu sozinho à noite, com vontade de conversar e sem ter ninguém com quem falar?
- Alguma vez você já tirou roupa do varal ou da máquina e lembrou da mãe por causa do cheiro bom do amaciante?
- Alguma vez você já se pegou decidindo entre dois filmes ou entre duas outras coisas quaisquer e acabou não escolhendo nenhum com medo de escolher o pior e perder tempo ou dinheiro?
- Alguma vez você já sentiu pena de alguma pessoa que passa por uma situação ruim, mas ao mesmo tempo ficou feliz por não estar no lugar dela?
- Alguma vez você já ficou triste sem motivo aparente?
- Alguma vez você já se apaixonou por alguém sem saber se seria correspondido, chegando a imaginar futuros que não se concretizaram?
- Alguma vez você já se sentiu fazendo a coisa errada pelos motivos certos?
- Alguma vez você já se pegou com mania de tocar alguma parte do próprio corpo e percebeu que não tem o mínimo controle sobre isso?
- Alguma vez você já desejou estar em outro lugar enquanto alguém falava com você e acabou ignorando a pessoa completamente?
- Alguma vez você já dormiu ou preferiu ficar dormindo quando tinha algum compromisso ou tarefa e depois se sentiu culpado?
- Alguma vez você já se viu em uma situação embaraçada e ficou imaginando o que outra pessoa faria se estivesse no seu lugar?
-  Alguma vez você já se sentiu carente de conversar certas coisas, mas acabou ficando na sua por não ter ninguém adequado pra falar?

Relacionamentos de longa duração

Se eu pudesse me atribuir um título, eu diria que sou o poeta ou escritor do óbvio. De qualquer forma, queria deixar registrado aqui que relacionamentos longos são testes de paciência e complacência/aceitação.

Testes de paciência porque muitas vezes as coisas não são da forma como você gostaria. É engraçado porque a vida em si já deveria ser um teste de paciência. Porém, quando se está na companhia de uma pessoa há algum tempo, certas coisas passam a incomodar.

Testes de aceitação porque aquilo que não se pode mudar, aceita-se. Se não há essa aceitação, o relacionamento não se sustenta de maneira saudável.

Há uma página no Facebook chamada "Humans of New York" na qual o autor posta fotos de pessoas junto com circunstância em que a foto foi tirada ou com alguma passagem de uma conversa tida com a pessoa da foto. Procuro acompanhar a página e algumas histórias me chamam a atenção, como esta:

https://www.facebook.com/humansofnewyork/photos/a.102107073196735.4429.102099916530784/683274078413362/?type=1&permPage=1 

“You change what you can: you stop wearing baggy pants, you quit picking your nose in public, things like that. But when you’re done changing all the things you can change, and you’re left with the things you can’t change, and they still want you to change, then you start to know in your heart that it’s not going to work. The divorce was scary and confusing and emotional, especially because there were kids involved. But in the end, there was a peace. There was finally a truce of sorts.”

"Você muda o que você pode: você pára de usar calças largas, pára de cutucar o nariz em público, coisas como isso. Mas quando você terminou de mudar tudo o que você pode e sobram apenas as coisas que você não consegue mudar e eles ainda querem que você mude, então você começa a saber no seu coração que não vai dar certo. O divórcio foi assustador e confuso e emocional, especialmente porque havia crianças envolvidas. Mas, no fim, houve paz. Houve finalmente uma trégua das partes."

Para finalizar, uma outra história parecida:

https://www.facebook.com/humansofnewyork/photos/a.102107073196735.4429.102099916530784/710702652337171/?type=1&permPage=1

"We're getting divorced because we love each other, and we both realize that we don't have enough of what the other needs. When we decided to get divorced, I wrote a note with all the things I loved about her, and gave it to her. She got very emotional and started crying. Then three days later, she wrote me a similar note. But here's the thing--- she wrote it on the back of a recycled piece of paper. She wrote it on the back of an advertisement or something. So I called her out on it. And she said: 'I knew you were going to bring that up. If you cared, you wouldn't mind what it was written on.' And I said: 'Well, if you cared, you'd have gotten a fresh piece of paper.'"

"Nós estamos nos divorciando porque nos amamos, e nós dois percebemos que não temos o suficiente do que o outro precisa. Quando decidimos pelo divórcio, eu escrevi uma nota com todas as coisas que amava nela e a entreguei. Ela ficou bem emocionada e começou a chorar. Então, três dias depois, ela escreveu uma nota similar para mim. Mas aqui está o detalhe - ela escreveu no verso de um pedaço de papel reciclado. Ela escreveu no verso de uma propaganda ou algo do tipo. Então eu chamei sua atenção sobre isso. E ela disse: 'Eu sabia que você ía comentar sobre isso. Se você se importasse, não teria reparado onde estava escrito.' E eu disse: 'Bem, se você se importasse, teria pegado um pedaço de papel novo.'"

O curioso é que, no fundo, o problema de verdade não é o papel. Gostei de um dos comentários na foto: "O ponto é que as cartas ressaltam suas diferenças. Ele precisa achar alguém que escreva em papel novo para ele e ela precisa achar alguém que não repare no papel. Nada de errado com nenhum dos dois. O amor é um sentimento diferente para cada um."

Observe, Pense, Aja e Reaja

(Post original de 2010 que eu recuperei e editei. Queria lembrar o porquê da revolta na época...)

Fuja do óbvio. Seja autêntico. Faça o que gosta e o que tem vontade. Tenha bom gosto. Faça as coisas certas. Seja uma pessoa legal. Liberte-se. Corra atrás da felicidade. Seja paciente. Não se deixe ser passado para trás. Lute. Ofereça a outra face. Obedeça às regras. Tenha disciplina. Seja competente. Blá blá blá.

Às vezes é cansativo viver entre pessoas. Cada um tem uma concepção de vida e tem uma opinião de como deve ser o mundo.

Claro, simplesmente não dá pra atender às expectativas de todos, mas também não podemos ser egocêntricos e esquecer que vivemos em sociedade, fazer o que quisermos e tacar um foda-se bem grande para tudo.

A verdade é que estamos em uma prisão sutil e silenciosa e, como disse Sartre, "o inferno são os outros".

Por vezes dá vontade de fazer alguma loucura e jogar tudo pro ar.
Qual é a solução? Encher a mente de coisas para esquecer das faces desagradáveis da realidade? Tomar um veneno e dormir pra sempre? Ou talvez se rebelar contra tudo e contra todos?

"Cansei de ser eu mesmo por hoje. Amanhã serei alguém diferente."

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Temas universais

Tenho um sonho de um dia escrever algo que seja universal
Gostaria de falar sobre algo que seja comum a todas as pessoas, sem exceção
A única coisa que imagino que possa se aproximar disso seriam sentimentos
Porém, sentimentos são complicados
Prefiro falar sobre a gravidade que nos cerca

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Conversa com a Jessica, escolhas difíceis e identidade

Uns dias atrás estava conversando com uma amiga.

Estava falando que, em algumas situações, pensar no futuro distante pode apenas te fazer se desesperar. Nessas horas é importante se deter ao futuro mais imediato, porque a gente só consegue dar um passo de cada vez. Pé ante pé, passo a passo, percorremos quilômetros.

Comentei também que uma pessoa só é fracassada quando ela abraça o fracasso. Lembrei de uma frase que ouvi de um ultramaratonista uma vez: "a dor é passageira, desistir é para sempre". Então, mesmo que você não seja bem sucedido no que faz, em certos casos, apenas por saber que você deu o melhor já é o suficiente. Se você desiste, talvez tenha que conviver com a culpa por algum tempo. Se você persevera, é possível chegar ao final de alguma provação e ficar satisfeito consigo mesmo, ainda que tenha falhado. E a leveza de consciência, para mim, vale mais do que qualquer sofrimento passageiro.

Também falamos que certas coisas na vida são difíceis de conseguir e que é necessário ser forte para obtê-las. Na hora em que você mais quer desistir é a hora em que você tem que brilhar, que tem que surgir sua força de vontade. E isso se estende para diversos aspectos da nossa vida, não se aplica apenas a simples atividades. Por exemplo, ser uma boa pessoa e fazer o que é certo pode ser difícil hoje em dia. Há possibilidade de que você se prejudique em várias situações apenas por tentar agir da maneira correta. Porém, se você desiste e acaba tomando as decisões erradas, então, no fundo, isso significa que você não é realmente uma boa pessoa. São nos momentos de provação que descobrimos quem somos de verdade e que criamos identidade.

Por um acaso, ontem vi um vídeo do TED, cujo link coloco abaixo:
http://www.ted.com/talks/ruth_chang_how_to_make_hard_choices
Ruth Chang fala como criamos identidade a partir de escolhas difíceis.

O engraçado é que, depois de um tempo, quando ficamos mais maduros e criamos uma identidade que imaginamos que temos, várias escolhas difíceis passam a se tornar fáceis. Uma pessoa que se identifica como urbana normalmente não pensaria duas vezes em recusar a troca de um emprego em uma cidade grande por um no interior caso não houvesse algum fator de apelo elevado. Deixamos de vestir roupas, fazer coisas e conhecer pessoas por achar que não combinam com a gente.

Criar identidade é importante para acharmos nosso lugar no mundo, estabelecer conexões e, claro, ser feliz. No entanto, reconheço que a força de algumas pessoas está ligada à sua capacidade de desapegar de sua própria identidade e se reinventar. Se não estamos felizes, às vezes é necessário mudar coisas que não imaginamos que seria possível, abandonando auto-imagens às quais nos apegamos tanto.

Acabei divagando e este post acabou ficando maior do que o usual e do que gostaria, mas acho que a reflexão foi interessante.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sensibilidade

"Really don't mind if you sit this one out
My word but a whisper, your deafness a shout
I may make you feel but I can't make you think
Your sperm's in the gutter, your love's in the sink"

Ter sensibilidade é perceber as sutilezas da vida e entender que detalhes podem fazer toda a diferença. Afinal, o que é diferente chama a atenção e se destaca.

Se você não vê o lado poético da vida, você não é feliz. No máximo tem um senso hedonístico de felicidade. Porém, a vida também não é para os fracos de coração. Merda acontece.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Prisão

A racionalidade é uma prisão chamada loucura.
A pessoa que é demasiada racional pode ficar frustrada por achar que não deve ficar frustrado, triste ou com raiva, visto que se sentir assim não faz o menor sentido, não resolve problema nenhum e, em geral, não traz benefício.
Às vezes é preciso fugir de si mesmo para não enlouquecer.
É necessário optar por uma loucura diferente.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Conversa e sexo

Mulheres gostam de sexo.
Contudo, mulheres gostam mais de conversar do que fazer sexo, porque acham que, ao conversar, elas estão criando verdadeira conexão com parceiro.

Homens gostam de sexo.
Homens gostam de conversar também.
Porém, homens acham que conversar eles podem fazer com qualquer um.
Sexo eles só podem fazer com a companheira.
Não que eles achem que a companheira só sirva para sexo, mas o sexo é o diferencial da relação.
Para a mulher, não.

(Este texto não se aplica a todo mundo, mas acredito que ele descreve muitas relações.)

terça-feira, 1 de abril de 2014

Amor

Me impressiona a complexidade do amor. O amor é um sentimento, uma ação e uma conexão.

Por ser um sentimento, ele tem um caráter pessoal porque, por mais que o amor seja correspondido, é impossível fazer com que outra pessoa sinta, experiencie ou saiba exatamente e completamente como você se sente.

O amor é uma ação porque, se não for externalizado, a relação amorosa não se sustenta ou não se concretiza a longo prazo. Quando não é expressado, o sentimento pode existir para a pessoa que ama, mas não existe para o resto do mundo.

E, por fim, o amor é uma conexão. O amor não existe sem uma contraparte, sem um ser ou objeto a ser amado e apreciado. Esta é uma diretriz básica para que haja o amor.

O amor não é uma simples coisa. É uma multitude de coisas em uma só, em uma palavra. E, ainda assim, é algo tão natural e familiar para todos que vivem e amam.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Passado, presente e futuro

Felicidade é a força do presente.

Felicidade é dar significado a cada momento.

Não necessariamente precisamos viver como se hoje fosse o último dia de nossas vidas. E não necessariamente cada dia deve representar apenas uma projeção daquilo que esperamos para o futuro.

Os dias talvez devam ser encarados como uma parte preciosa da nossa história, mesmo os aparentemente mais chatos e insignificantes porque, afinal de contas, a história é composta de pequenos grão, pequenos pixels que formam a imagem completa.

Se amanhã é um dia importante, ele só pode ser porque existem vários dias anteriores que tornam possível o seu acontecimento. O passado, por sua vez,  é o que dá significado às coisas, mas só tem importância se temos consciência do presente.

O presente não está atrelado somente ao passado e nem somente ao futuro. Para que exista o "hoje", necessita haver um "ontem". E para que exista o "amanhã" precisamos obrigatoriamente passar pelo "hoje".

Portanto, felicidade é dar a importância devida ao presente, porque nele estão contidas as consequências dos acontecimentos passados e é o passo necessário para que se chegue ao futuro. O presente é o que conecta e contém tudo ao mesmo tempo.